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UFOLÓGICO / ASTRONÔMICO/ CIENTÍFICO

domingo, 28 de junho de 2015

APARELHOS VOADORES NA ÍNDIA ANTIGA

No Rig-Veda conhecem-se hinos dedicados aos gêmeos divinos «Aswins», aos «Rbhus» e a outras divindades. Nesses hinos manifestam-se os primeiros indícios de certas carruagens capazes de sulcar os ares levando a bordo seres vivos. Esses veículos voadores recebem a designação de «rathas» pela primeira vez no Rig-Veda (a tradução literal daquele vocábulo é «veículo» ou «carro»).
Os «Rbhus» construíram um carro voador para os gêmeos «Aswins», que apareciam como médicos dos deuses.

Este carro voador era extremamente cômodo. Podia voar-se com ele por todos os lados e mesmo atravessar as camadas superiores de nuvens e percorrer o céu». No hino refere-se que esses carros voadores eram mais rápidos que o pensamento.

O aparelho voador tinha grandes dimensões, era composto por 3 partes e era triangular. Requeria pelo menos 3 pessoas ao seu serviço. O veículo dispunha de 3 rodas que se recolhiam durante o vôo. Acrescenta-se que o carro voador possuía 3 «pilastras».

Normalmente o veículo voador era construído no Rig-Veda com metais como ouro, prata ou ferro, mas o mais utilizado segundo os textos vedas era o ouro cujo brilho maravilhava. Cravos ou objetos parecidos com pregos mantinham o carro unido. Para fazer andar os supracitados carros celestes de combate utilizavam-se fluidos cujos nomes não têm hoje tradução correta. As palavras madhu e anna significam mais ou menos «mel» e «fluido».

O carro evoluía com mais leveza que um pássaro dos céus, saía disparado em direção à Lua ou mesmo ao Sol e pousava na Terra com enorme estrondo.

Convém referir que no Rig-Veda se mencionam diversos tipos de combustível conservados em recipientes diferentes entre si. Ao mesmo tempo especifica-se que o veículo ia para o céu sem qualquer ajuda de «tração animal».

Quando o veículo descia das nuvens, juntavam-se em terra grandes multidões para presenciar a aterragem. Sem contar com os referidos pilotos, o veículo celeste acomodava o rei Bhujyu, salvo do naufrágio, a filha de Surya e a mulher Sandra, e ainda mais três pessoas. Por conseguinte, a carruagem podia levar um total de 7 ou 8 pessoas. Além disso tinha características anfíbias, pois podia pousar sobre o mar sem sofrer qualquer dano, e dali alcançar a costa.


No Rig-Veda 1.46.4. são mesmo referidos três carros de combate voadores que entraram em ação em diversas operações de salvamento. Enumeram-se trinta ações heróicas ou mais, entre as quais o resgate em naufrágios e cavernas, em formações inimigas e câmaras de tortura. Segundo as descrições do Rig-Veda, esses carros especiais de combate devem ter sido muito espaçosos, executavam as mais diversas operações e as suas descolagens faziam-se com enorme estrondo. Por outro lado, as suas aparições eram grandiosas.

Algumas palavras nos textos vedas requerem uma atenção muito especial devido ao espinhoso nexo casual. Essas palavras são madhu, anna, trivi e trïbandhura. A palavra madhu significa mais ou menos «mel» em sânscrito clássico, e no entanto no dicionário equivale também a «soma» ou «substância fluida».

Anna, que normalmente se refere ao arroz cozido, representa aqui o suco do arroz fermentado. Presume-se que queira significar uma mistura líquida de álcool e suco soma, que se conserva e emprega como combustível. Aqui há ainda outra coisa curiosa, a saber, o veículo voador deixava rasto de rodas quando se movia por terra. Certos aparelhos voadores descolavam e aterravam dentro de um horário determinado: 3 vezes durante o dia e outras 3 durante a noite.

Na passagem 1.166.4-5 do Rig-Veda, o vôo dos marut tem ares de realidade. Os edifícios abanavam, os arbustos e as árvores pequenas ficavam desenraizados, cavernas e colinas multiplicavam o eco da estrondosa descolagem, e o céu parecia como se se enrugasse e desfizesse em bocados com o fragor ensurdecedor do veículo voador.

A este respeito gostava de dizer qualquer coisa sobre a palavra Vimana, como perito. Esta aparece pela primeira vez na acepção de veículo voador no Yajur-Veda, 17.59. Antes, o vocábulo tinha tido diversas aplicações, por exemplo, «aerotermo», «calculador do dia» ou «criador do céu». Em todas estas acepções, a palavra está relacionada com a vastidão do firmamento e a sua medição. Ora bem, no Yajur-Veda 17.59 e segs. descreve-se taxativamente o Vimana como veículo voador. Essa palavra nesses versos empregada no nominativo representa qualquer coisa que «enche de esplendor o firmamento», «ilumina toda a região», «contém uma substância fluida» e pode seguir o nascer do Sol e o pôr-do-sol, bem como da Lua. Na literatura clássica e em todos os puranas, vimana é o nome genérico para designar um veículo voador.

Os seguintes extratos da epopéia épica Ramayana demonstram como se empregam os vocábulos vimana e ratha para designar objetos voadores:

«E ele subiu, juntamente com Khara, para o veículo voador que estava decorado com jóias e rostos de demônios. Este moveu-se com um estrondo semelhante ao trovão vindo das nuvens.» (3.35.6-7)

«Sobe para esse veículo adornado com jóias que pode andar pelo ar. Depois de ter seduzido Sita (a mulher de um rei) podes ir onde quiseres; levá-la-ei, pêlos caminhos do ar, até Sri Lanka (hoje Ceilão). Assim, Ravana e Maricha subiram para o veículo aéreo que se assemelhava a um palácio («vimana») (3.42.7-9)

«Tu, infame, julgarás poder alcançar o bem-estar através desse veículo aéreo?» (3.30.12)

«Então o próprio veículo aéreo que tem a velocidade do pensamento apareceu de novo em Lanka com as pobres Sita e Trijata.» (4.48.25-37)

«Este é o notável veículo aéreo puspaka, que brilha como o Sol.» (4.121.10-30)

«O objeto voador adornado com um cisne elevou-se no ar entre ruídos ensurdecedores.» (4.123.1)

«Todas as mulheres no harém do rei Sugriva concluíram rapidamente as decorações e subiram para o aparelho aéreo.» (4.123.1-55)

Os textos do Ramayana descrevem veículos celestes que acabam em bico, movem-se com extraordinária rapidez e têm uma carapaça que reluz como o ouro. Os veículos celestes continham diversas câmaras e mostravam pequenas janelas enfeitadas com pérolas. No seu interior havia salas cômodas e ricamente decoradas. Os andares inferiores estavam dotados de vidros, e todo o espaço interior tinha tapetes e paredes revestidas. Os veículos eram muito espaçosos e tinham acessórios luxuosos.


Os veículos aéreos descritos no Ramayana podiam transportar 12 pessoas. Partiam do Sri Lanka de manhã e chegavam a Ayodhaya à tarde, depois de aterragens intercalares em Kiskindhya e Vasithasrama. Assim, esses veículos cobriam uma distância de uns 2.800 quilômetros em 9 horas. O que equivale a uma velocidade de 320 Km/h. A palavra vimana emprega-se nas passagens citadas para designar o veículo voador, com exceção de dois casos.

As passagens até agora expostas não permitem inferir que uns seres «divinos» ou «celestiais» tivessem conduzido aqueles veículos celestes. As construções voadoras foram utilizadas por pessoas do topo da hierarquia, digamos, famílias soberanas ou chefes militares. No entanto, em toda a literatura sânscrita faz-se constar repetidas vezes que a técnica de construção de objetos voadores provém dos deuses. Ainda assim, estabelece-se uma clara distinção entre os deuses nas suas gigantescas cidades espaciais e as pessoas eleitas que podem visitar essas cidades apenas em casos excepcionais.

Assim, quando se descreve a viagem de Arjuna ao céu diz-se que Arjuna deve atravessar muitas regiões celestes e de passagem apercebe-se de centenas de outros veículos aéreos. Alguns desses veículos aéreos encontram-se em pleno vôo, outros sobre o chão, e outros ainda a ponto de se elevarem.

Os textos do Sabhaparvan proporcionam indicações pormenorizadas sobre esses «seres celestes». Segundo parece, estes chegaram à Terra em tempos remotos para estudar os humanos. Moviam-se à vontade pelo espaço e sobre a terra. Descrevem-se diversas construções chamadas «sabha» que traçavam as suas órbitas no céu, pausadamente, como os satélites atuais.

Do interior desses satélites gigantescos que hoje se chamariam construções ou cidades espaciais saíam, a voar, «vimanas» de tipos muito diversos. Essas construções espaciais eram de um tamanho gigantesco e brilhavam como prata, no céu. Continham víveres, bebidas, água e todas as comodidades da vida concebíveis, assim como armas horríveis com a sua munição.

Uma dessas cidades espaciais que giravam permanentemente sobre o próprio eixo chamava-se Hiranyapura, o que se pode traduzir como «cidade do ouro». Tinha sido construída por Brama para as «diabas» Pulama e Kalaka. Esta cidade espacial era inexpugnável, e as duas diabas alcançavam êxitos tais com a sua defesa que até os próprios deuses se mantinham a uma distância prudente da cidade espacial.


Contudo, acabou por correr uma batalha. Os capítulos 168, 169 e 173 do Vanaparvan (parte integrante do Mahabharata) descrevem-na. Arjuna, o herói divino do Mahabharata, tinha uma dívida pendente para com as diabas da cidade espacial, que se multiplicavam de forma alarmante. Quando Arjuna se aproximou da estrutura espacial, as diabas defenderam-se com armas prodigiosas. Eis aqui um extrato:

«Houve uma batalha espantosa, durante a qual a cidade aérea saiu disparada para o céu e depois aproximou-se de novo da terra enquanto oscilava de um lado para o outro. Depois de uma luta longa e estrondosa, Arjuna fez um disparo tão destruidor que a cidade rebentou em bocados e estes caíram na terra, um a seguir ao outro. As diabas sobreviventes surgiram das ruínas e continuaram a combater, obstinadas. Por fim todas as diabas foram aniquiladas. Indra e os restantes deuses engrandeceram Arjuna como herói.»


No Vanaparvan há ainda outras cidades espaciais que giram sobre os próprios eixos. Chamam-se Valhayasi, Gaganacara e Khekara. No Sabhaparuan descrevem-se estruturas muito peculiares que o deus Maya fez construir e transportar para essas cidades espaciais. (A designação dessas estruturas é insusceptível de uma tradução clara. Da raiz pode inferir-se qualquer coisa como «espaços repletos». Parece significativo a este respeito o fato de que estações orbitais autênticas girassem em volta da Terra e tivessem aberturas que serviam de hangares para dar entrada a objetos voadores menores. Estas descrições antigas assemelham-se aos projetos e esboços atuais para a construção do habitat espacial.

Por um lado, os objetos voadores partiam do habitat espacial em direção à Terra, e por outro esses mesmos veículos voadores eram construídos na própria Terra. A maior parte deles recebia o nome de vimana. Só no Mahabharata há 41 passagens onde os «vimana» voadores são mencionados.

Muitas vezes torna-se difícil distinguir entre os vimanas procedentes das cidades espaciais e os construídos na Terra. Talvez os parágrafos que se seguem sirvam para o confirmar:

Os deuses criaram esse dispositivo mecânico com uma finalidade concreta.

A pessoa eminente que subiu para o veículo celeste teve a admiração dos deuses.

Ah, Uparicara Vasu! A espaçosa máquina voadora irá até ti, e se te acomodares nesse veículo, serás o único ser humano a assemelhar-se a uma divindade.

Através do feitiço de uma oração, o deus Yama foi para Kunti num veículo aéreo.

Ah, descendente de Kurus, essa pessoa malévola desceu dessa carruagem voadora que pode mover-se para frente por todos os lados e é conhecida como «saubhapura».

Quando ele desapareceu do campo visual dos mortais, elevando-se muito alto no céu, distinguiu milhares de veículos aéreos estranhos.

Ele, o predileto de Indra, entrou no palácio divino e viu milhares de veículos voadores para os deuses, uns postos de lado, outros em movimento.

Os grupos de marut chegaram em veículos aéreos divinos, e Matali, depois de ter falado desta maneira, levou-me (Arjuna) na sua carruagem voadora e mostrou-me os outros veículos aéreos.

Do mesmo modo, os homens movem-se pelo céu em veículos aéreos que eles próprios decoram com cisnes e são tão cômodos como palácios.

O grande senhor proporcionou-lhe um veículo aéreo que se movia sozinho.

Em diversas passagens dos significativos textos pertencentes à literatura budista, encontra-se o conceito «vimana» com o significado de veículo aéreo. Por exemplo, no Vimana Vatthu, parte integrante do Mahavamsa, citam-se os soberbos lugares chamados vimanas que serviam de morada para os espíritos venturosos.

Também se fala de um palácio rutilante que se balança no ar. Alguns eruditos tendem a interpretar o conceito vimana na literatura budista como palácio que servia de morada a deuses e espíritos venturosos. No entanto, a palavra vimana emprega-se muito raramente em relação a moradas humanas. Assim, a expressão vimana representa claramente um veículo aéreo, na primeira parte do Sulavamsa. A descrição textual é a seguinte:

«A gigantesca cidade estava repleta de centenas de carruagens aéreas feitas com ouro, pedras preciosas e pérolas, pelo que se assemelhava a um firmamento estrelado.»

A maior parte da literatura budista entende o conceito vimana com o significado de um palácio ou carruagem aérea celeste e locomóvel. E com este sentido que o utilizam a literatura veda e os purana, e mais tarde a literatura clássica. Três exemplos bastam para o ilustrar:

A grande divindade desceu da carruagem aérea.

O veículo aéreo divino governado por Matali chegou do céu.

Quando o rei Supama foi jogar dados, a sua mulher Susroni desceu do veículo aéreo.

Nas obras de Kalidasa encontra-se outra referência autêntica aos veículos voadores. Este escritor da Índia antiga descreve com minuciosidade gráfica e precisão científica o vôo realizado por Rama do Sri Lanka até Ayodhaya:

«Quando ele alcançou as alturas, abriu-se à sua vista o cenário panorâmico do mar ondulante, dos animais marinhos e das formações subaquáticas. O contorno do mar parecia a aresta de uma apertada roda de ferro.»

«A carruagem aérea moveu-se para cima e para baixo muitas vezes, entre as nuvens, de seguida desceu às camadas mais baixas, onde voam pássaros, e depois subiu de novo para as 'rotas dos deuses'.»

«Após uma travessia sobre parte do oceano, alguns rios, lagos e uma ermida, a carruagem aérea celeste pousou em Uttarakosala. Os humanos que se juntaram junto ao lugar onde ficou imóvel contemplaram-no estupefatos, Rama abandonou-o por uma elegante escada de metal resplandecente.»

«Depois do encontro, Rama e Bharata, acompanhados por outros, subiram pela mesma escada para o veículo celeste engalanado com bandeirolas. Bharata rendeu homenagem a Shita, que estava sentada no interior do aparelho voador.»

«O veículo voou lentamente cerca de um quilometro, a seguir apressou o andamento e pouco depois alcançou Ayodhaya, a capital de Rama.»

Em suma, uma descrição muito gráfica de uma viagem aérea ao longo de 2.900 Km, mais ou menos. Concretamente desde o Sri Lanka até Ayodhaya, passando por Setubandhan, Mysore e Allahabad. Kalidasa menciona alguns pormenores desconcertantes que nos fazem pensar em vão. Quando o rei Dusyanta desceu do veículo aéreo de Indra, observou atônito que as rodas do veículo não levantavam pó nem faziam barulho, embora todas elas girassem. Estupefato, percebeu que nenhuma das rodas tocava no chão. Matali indicou que isto se devia à qualidade superior do veículo de Indra. Isto confirma a suposição de que há duas categorias de veículos aéreos: os fabricados e utilizados pelos deuses; e os procedentes de oficinas terrestres .

A história dos dois irmãos Pranadhara e Pajyadhara exemplifica a construção terrestre de veículos aéreos, automáticos e independentes. O veículo que ambos construíram conseguiu percorrer 3200 quilômetros sem parar; e os heróicos irmãos abandonaram o seu país nesse aparelho voador para alcançar um continente remoto.

Nesse mesmo relato são descritos uns autômatos mecânicos com aparência humana. Por último, na mesma fonte é narrada a viagem do rei Narabahanadutta num gigantesco veículo aéreo. Esta carruagem celeste colossal podia transportar umas mil pessoas, e segundo se conta tinha levado muitos humanos para Kausambi.

O Kattrasaritsagar é uma coleção de crônicas de diversas épocas que contém tradições históricas e lendas de tempos pretéritos. Também lá se fala de um veículo aéreo que «nunca precisava de encher os depósitos» e transporta pessoas para um país longínquo que ficava para lá dos mares. Dessas histórias tradicionais e sagas infere-se que os homens da Índia antiga conheciam a máquina voadora nas suas mais diversas versões. Acrescentemos apenas isto: do mesmo modo, há incontestáveis indicações sobre dispositivos técnicos e mecânicos como clepsidras, autômatos, aparelhos de rega mecânicos, pássaros artificiais e produção de nuvens artificiais.

Segundo refere o Mahabharata, Viswakarma e outros, concretamente os chamados descendentes dos deuses, em busca das origens dessa antiqüíssima ciência de voar, agiram como «arquitetos principais dos deuses» e fabricaram carruagens voadoras. Uma parte desse saber chegou até aos homens.


Há uma informação adicional no Sabhaparvan do Mahabharata em que se alude a Maya, o arquiteto-chefe dos «demônios», dizendo que não só projetava máquinas voadoras mas também cidades espaciais gigantescas, conhecidas pelo nome de «gaganacarasabha».Além disso, alguns palácios maravilhosos levavam a marca do seu saber como projetista. Se se seguir esse rasto até ao fim descobrir-se-á nos textos do Samaranganasutradhar que o próprio Brama em tempos imemoriais construiu cinco naves aéreas muitos espaçosas que tiveram mesmo um nome (1 Vairaja, 2 Kailasa, 3 Puspaka, 4 Manika, 5 Tribistapa.

Os donos dessas prodigiosas naves ou cidades aéreas foram Brama, Xiva, Yama e Indra. Na mesma obra formula-se um princípio fundamental da construção de palácios que tem uma importância decisiva para os templos indianos. Ao fim e ao cabo representa categoricamente o critério de que templos e palácios foram construídos como cópias arquitetônicas de carruagens aéreas celestes.

Em diversas obras, por exemplo no Manasara do século VII DC., é confirmada essa informação arcaica. Paleios e templos harmonizam-se com os antigos veículos voadores pela sua projeção horizontal e edificação. Os templos gigantescos foram reproduções reduzidas das formidáveis estruturas espaciais, e os pequenos templos locais simbolizam as carruagens voadoras dos seres subalternos. Assim se traçou uma divisória muito clara entre os veículos celestes utilizados pelos deuses e os dos mortais. Com essas antiqüíssimas tradições indianas põe-se a questão de saber se os seres divinos que subiam para os aparelhos voadores tinham corporeidade ou não. Se se catalogarem os deuses como seres conceitos abstratos ou personificações dos elementos naturais, desmentir-se-á a representação de seres vivos que viajam entre a Terra e o espaço cósmico em estruturas semelhantes a aeronaves. Se pelo contrário se atribuírem a esses deuses atividades e caráter humanos, as contradições serão patentes.

Ora bem, os textos vedas asseguram taxativamente que houve 35 deuses celestes desse tipo. Por outro lado, os purana estabelecem em cem o número de ashuras celestes. Os textos vedas descrevem os gêmeos divinos «Aswins» como seres muito jovens. Além disso possuem formas e qualidades humanas. Sayana comenta ainda com grande clareza no Rig-Veda que os deuses tinham regressado à Terra vindos de um lugar remoto «no céu».

YàsKà, o autor do Nirukta, opta por uma solução de compromisso a respeito do antiqüíssimo debate entre eruditos sobre a natureza espiritual ou corporal dos deuses. Ele representa o critério de que ambas as partes têm razão. Os deuses eram ora corporais ora espirituais. No entanto, certas investigações contemporâneas sobre as características principais das divindades vedas defendem a noção de que os deuses foram seres corporais que irromperam no nosso sistema solar a muito tempo atrás. O Mahabharata, que se baseia nas fontes originais, descreve esses deuses como seres corpóreos que não suam nem pestanejam, parecem eternamente jovens e cujas «coroas» (talvez se pretenda designar os raios em volta do corpo) nunca enfraquecem.

Dada a multiplicidade de objetos voadores descritos há que perguntar como é possível que um saber tão profundo e valioso possa ter caído no esquecimento, e por que ainda não "foram encontradas relíquias arqueológicas concretas dos aparelhos" voadores. Mas ao progredir na investigação revela-se que entre os pioneiros técnicos houve muito poucos que dominassem a ciência do aparelho voador. Visvakarma e Maya foram dois deles. Consequentemente, o uso dessa tecnologia ficava circunscrito ao escol e não chegava à «arraia-miúda». Hoje em dia continua a ser assim; só os mais abastados ou os homens de negócios podem desfrutar das travessias aéreas, enquanto as massas populares dos países em desenvolvimento só sabem da existência desse meio de transporte.

A tecnologia aeronáutica da Antiguidade foi um segredo zelosamente guardado. Além disso, os indianos antigos tinham o hábito de circunscrever os diversos aspectos do saber a um estreito círculo de mestres e discípulos. Os próprios deuses impuseram aos seus discípulos humanos o dever de não revelar às pessoas profanas os segredos do aparelho voador. O abuso dessa ciência antiga foi castigado com penas espantosas.

No Samaranganasutradhar determina-se sem rodeios que a invenção dos pormenores técnicos ou dos componentes do aparelho deve permanecer secreta. O comentário de Vaimanika Sastra no Bodhananda especifica que só o detentor de todos os segredos do vimana podia chefiar o vôo. Antes de fazer experiências de vôo, os futuros pilotos deviam aprender os trinta e dois segredos do vimana. Uma vez que os vimanas não serviam apenas como meios de transporte, mas também como armas estratégicas, compreende-se bem essa reserva absoluta a respeito da sua composição e fabrico.

Outras razões que fizeram que a arte de voar praticada por humanos e deuses caísse no esquecimento foram as batalhas e catástrofes ocorridas vários milênios antes do nascimento de Cristo. Segundo um grupo de astrônomos indianos, a batalha de Khuruksetra deu-se por volta de 3.102 AC. 

Chega-se a esta data devido a várias observações astronómicas que os textos antigos citam em relação com essa batalha. Outros astrônomos afirmam que a grande batalha da guerra bharata remonta ao ano 2.449 AC, enquanto na opinião dos eruditos europeus essa conflagração terá corrido por volta de 1.000 AC. Os sábios indianos conservadores fixam o aparecimento dos quatro Veda, dos Brahamana e dos Upana entre 6.000 AC e 2.000 AC, e alguns deles atribuem-lhes uma antiguidade muito maior. Um sábio ocidental tão cabal e arguto como H. Jacobi garante mesmo que os Veda apareceram em 4.500 AC.

No Mahabharata são descritas enormes destruições ocasionadas pelas poderosas armas dos deuses. A monstruosidade das situações descritas só é comparável aos desastres da guerra atômica atual. Aquelas destruições foram tão horripilantes que os sobreviventes precisaram de muito tempo para organizar uma nova sociedade. Nesse intervalo ou período obscuro do saber perderam-se todos os conhecimentos científicos sobre o uso das máquinas voadoras.

O aniquilamento universal encontra-se pormenorizado nos diversos textos sânscritos. As catástrofes que assolaram a civilização humana ficaram descritas não só nos Veda e nos Purana, mas também na literatura clássica indiana posterior. As sucessivas vagas exterminadoras tiveram diversas causas, entre as quais, na literatura sânscrita, se escolhem as seguintes:

Perturbações cósmicas (guerras divinas)

Catástrofes naturais, como sismos e inundações

Guerras regionais e universais

Segundo as tradições indianas, a civilização humana é muito antiga e não pode ser classificada nos limites temporais que a investigação lhe atribui. Por todas estas razões não é de estranhar que não apareça qualquer relíquia de aparelhos voadores nos jazigos arqueológicos. Hoje em dia encontram-se na Europa muito poucas relíquias da Primeira Guerra Mundial, è aqueles que quiserem admirar as recordações da Guerra dos Trinta Anos poderão fazê-lo, quando muito, nos museus.

Mas os textos sânscritos indianos não falam de alguns séculos, mas sim de vários milênios. Por isso não pode surpreender-nos que o saber sobre a utilização de máquinas voadoras tenha sido assimilado nos tempos dos Veda e frequentemente entrelaçado com lendas. Embora os estragos da guerra e as subseqüentes catástrofes tenham anulado certamente o saber, a planificação e o fabrico de antiqüíssimos aparelhos voadores, a recordação ficou viva sob uma forma épica. Algumas componentes dessa recordação arcaica vivem ainda hoje no folclore, por exemplo, nos dragões voadores chineses ou nos carros divinos indianos.
Fica no ar uma pergunta: por que é que os homens imitavam os veículos divinos na edificação dos seus templos? Há vários milênios essas estruturas celestes foram para os humanos, qualquer coisa incompreensível, divina, que impressionou profundamente a sua imaginação. Ergueram-se palácios, com servidores (sacerdotes) e todas as comodidades imagináveis, destinados a esses deuses. No âmbito religioso chama-se «templos» a esses palácios. Durante a construção procuraram imitar as diversas estruturas voadoras dos seres celestes, de maneira a que os deuses se encontrassem sobre a Terra tão bem como nas suas residências celestes. Os primeiros deuses chegaram de pontos do Universo imensamente distantes.

Segundo se lê no Vanaparvan, habitavam cidades fora da Terra, com dimensões extraordinárias e muito confortáveis. Lê-se ainda sobre uma dessas cidades que era luminosa, muito bela, e tinha muitas casas. Havia lá árvores e cascatas. A urbe tinha quatro entradas, custodiadas por guardas, todos eles apetrechados com as mais variadas armas.

No capítulo 3 do Sabhaparuan (parte integrante do Mahabharata) são analisadas as ditas cidades espaciais. Aí se diz que Maya, o arquiteto dos Asura, tinha projetado para Yudhisthira, o mais antigo dos Pandava, um soberbo salão nobre de ouro, prata e outros metais para ser enviado para o céu, tripulado por 8000 trabalhadores. Quando Yudhisthira perguntou ao sábio e versado Narada se já se tinha construído antes uma sala tão maravilhosa como aquela, Narada respondeu que já tinham existido recintos celestes semelhantes para cada um dos deuses: Indra, Yama, Varuna, Kuvera e Brama. Essas cidades celestes encontravam-se permanentemente no espaço universal. Dispunham de todos os meios para uma vida cômoda.
Sobre a cidade espacial de Yama pode ler-se que era rodeada por um muro branco de um esplendor deslumbrante quando a estrutura seguia o seu caminho no céu. A literatura sânscrita transmite mesmo as dimensões dessa estrutura celeste. A cidade espacial de Kuvera parece ter sido a mais bela de toda a galáxia. 
Media (convertendo para as medidas de hoje) 550 por 800 quilômetros; estava suspensa no ar e cheia de inúmeros edifícios com reflexos dourados. As descrições de cidades voadoras semelhantes são, desde data imemorial, componente perene das antigas epopéias indianas de autenticidade inquestionável. A dificuldade baseia-se na impossibilidade de captar hoje em dia o significado de expressões como vaihayasi (= voar), gaganacara (= ar), ou vimana (= aparelho voador). Só o saber acerca da técnica moderna permite uma interpretação razoável.»

Texto do Dr. Dillep Kumar Kanjilal

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