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domingo, 5 de abril de 2015

Pirâmides na Amazônia


"Se nós estivéssemos lidando apenas com mera incompetência, nossos líderes deveriam, de vez em quando, cometer um erro a nosso favor...Não, nós não estamos lidando com coincidências ou estupidez, mas com planejamento e brilhantismo..." Gary Allen, escritor, jornalista e sociólogo.

Pirâmides na Amazônia

A incrível história das Pirâmides da Amazônia, que originaram o livro As Crônicas de Akakor, é com certeza uma das maiores e mais complexas conspirações que aconteceram em nosso território. Os ingredientes dessa intrigante história constam nazistas, tesouros perdidos, assassinatos e muitas mentiras.

Lendas sobre cidades de pedra perdidas na Amazônia brotam desde a época do suposto "descobrimento" do Brasil. Coronel Fawcett, que inspirou a criação do famoso personagem da ficção Indiana Jones, desapareceu procurando em 1924 o paradeiro desta civilização e nunca mais foi encontrado. Como famoso arqueólogo e explorador Britânico, este senhor não estaria por acaso e sem motivo procurando uma cidade perdida no Brasil, correto?





Percy H. Fawcett.




Na década de 70, um encontro inesperado desencadeou uma série de acontecimentos, conforme narra o arqueólogo Aurélio M. G. de Abreu, no seu livro Reinos desaparecidos povos condenados:


 "Em 1971, numa rua de Manaus, um piloto da Swiss Air chamado Ferdinand Schmidt conversava com um membro da tripulação em alemão quando foi abordado por um esfarrapado indivíduo que utilizando o mesmo idioma, pediu que lhe pagassem uma refeição. Diante do espanto do aviador, o pedinte informou que era nativo de uma região do interior da Amazônia, filho de mãe índia e pai alemão, e que fora batizado com o nome de Tatunka Nara.

O mestiço informou ainda que sua tribo era chamada ugha mogulala, e que entre o anos de 1939 e 1941 seu povo recebera um contingente de 2000 soldados alemães enviados por Hitler para uma possível invasão do Brasil,transportando armas e diversos equipamentos. Segundo Tutunka Nara, o contingente permaneceu na região até o inicio de 1945, quando alguns retornaram a Alemanha; ,muitos preferiram permanecer entre os silvícolas miscigenando-se com os mogulalas. 

O piloto da Swiss Air pagou a refeição a Tatunka Nara; tempos depois retornou a sua pátria, onde teve oportunidade de relatar a curiosa história para Karl Brugger, então repórter de uma importante revista alemã, que farejou ali uma história. Com os dados fornecidos pelo piloto suíço, Brugger viajou para Manaus e contatou Tatunka Nara, não sem alguma dificuldade. A princípio, o personagem manteve-se reticente, mas pouco a pouco o jornalista foi obtendo novas informações, as quais eram meticulosamente gravadas. Diante das revelações que Tatunka Nara lhe forneceu, Brugger tomou-se de entusiasmo tão grande que em 1972 partia em companhia de Tatunka rumo ao interior da floresta, com o propósito de encontrar uma cidade pré-colombiana ainda habitada por descendentes de seus construtores e repleta de antiquíssimas ruínas de templos e pirâmides.  

Quando Brugger retornou a civilização, manteve-se reticente sobre os resultados dessa entrada. Mas em 1976 surgia na Alemanha o livro Die Chronik Von Akakor(edição Econ Verlag), onde Karl Brugger narrava a chegada do contingente nazista ao Brasil e seu contato com os nativos mogulalas."





O livro foi traduzido para o inglês atraindo a atenção de diversos grupos estrangeiros, que a essa altura já tentavam atingir a cidade perdida. O piloto da Swiss Air, Schmidt, compatriota de Erich von Däniken, deu conhecimento do caso ao famoso escritor do livro "Eram os deuses astronautas?". Um ano após o lançamento do livro na Alemanha, von Däniken esteve em Manaus. Abaixo a continuação do texto de Aurélio M. G. de Abreu:

"Em 1977 ele esteve em Manaus, onde contatou Tatunka Nara; este lhe fez então varias revelações, entre as quais a de que era um príncipe da tribo mogulala e que na região existiam pelo menos três cidades, habitadas pelo seu povo, chamadas Akahim, Akakor e Akanis. Em Akahim existiria um objeto muito antigo, entregue há milhares de anos aos sacerdotes mogulalas por deuses vindos do céu, e que, de acordo com as tradições, começaria a cantar quando os deuses retornassem a Terra. 

Segundo Tatunka, recentemente o objeto começara a emitir um ruído semelhante ao que fazem os enxames de abelhas, assinalando desse modo que estava próxima a hora dos deuses retornarem. Entusiasmado com as noticias, Daniken encarregou Ferdinand Schmidt de acompanhar Tatunka Nara até Akahim e obter o misterioso objeto cantante a qualquer custo. Assim, foi organizada uma expedição provida de um bote com motor, armas, equipamentos de rádio e remédios.Todavia, a expedição foi intimada a levar um arqueólogo brasileiro- e para isso foi indicado Roldão Pires Brandão, que se encontrava em Manaus, buscando, por seu lado, uma cidade perdida que ele considerava existir as margens de um dos afluentes do Amazonas."









Até este momento o assunto era desconhecido do público brasileiro em geral. Imaginem: ruínas de uma antiga civilização em território brasileiro, que atraia atenção internacional, e o livro, As Crônicas de Akakor, não havia sido publicado no Brasil ainda? Por que? Claramente a ditadura abafava o caso, muito provavelmente por que envolvia um estranho acobertamento a presença nazista na floresta amazônica. A intimação feita pelo governo para a participação do arqueólogo Roldão Pires Brandão fez com que a expedição fosse um fracasso. Continuando o relato:


Clique aqui para ler o livro.


"...poucas semanas depois, a revista Ancient Skies, porta-voz da Ancient Astronaut Society, em seu volume 5, numero 4, de outubro de 1978, apresentava comunicado assinado pelo próprio Daniken, em que narrava os problemas criados por Roldão, este acabara sendo baleado pela própria arma, aparentemente devido ao descuido no manuseio, o que forçou a expedição a retornar quando se encontrava a apenas dois dias de distancia de Akahim. Segundo o mesmo comunicado, eles haviam subido o rio Negro e penetrando em um subafluente do Amazonas, até um ponto em que foram obrigados a abandonar o barco e seguir a pé, já que aa região era montanhosa. Teria sido justamente no sopé da montanha o local onde Brandão se acidentara com a arma; Segundo Schmidt, o arqueólogo brasileiro foi socorrido a tempo, mas mesmo assim teve febre alta ; se a expedição não houvesse regressado, ele certamente teria morrido. Felizmente, conseguiram atingir um posto policial, onde um hidroavião recolheu o grupo inteiro, levando Roldão a Manaus.  

Ao concluir o comunicado, Daniken deixa claro que Roldão se ferira intencionalmente para forçar o retorno da expedição, mas que era sua intenção enviar de novo Schmidt com Tatunka Nara entre abril e maio de 1979, época em que o regime das chuvas permite que as ruínas sejam atingidas. 


Após o retorno da pequena expedição, os acontecimentos passaram a ter nova feição, pois Tatunka Nara não concordou em voltar a servir de guia ao grupo suíço, tendo-se juntado a Roldão, que por sua vez se associara a um curioso cidadão chamado José Alair da Costa Pires."





Rumores davam conta de que um grupo inglês estava tentando atingir as ruínas pela Venezuela. Isso fez com que Brandão, com medo de perder a primazia do descobrimento, aparentemente desse um tiro no próprio pé para forçar o retorno da expedição e comunicar a imprensa em geral, televisões, jornais e revistas a sua descoberta da existência das pirâmides, que já haviam sido avistadas por Karl Brugger, em 1972. A Revista Veja fez uma matéria em 1979, conforme continua o relato do arqueólogo:

"A revista Veja de 1° de agosto de 1979 traz uma reportagem de cinco paginas, em cores, mostrando estruturas de forma piramidal cobertas por vegetação, de tal forma que, se o achado houvesse ocorrido na área maia, não restaria a menor duvida sobre sua origem. Mas logo após a realização das reportagens, começaram a surgir vozes destoantes, e os especialistas declararam enfaticamente que o que alguns tomavam por pirâmides eram apenas morros."

(Chequei a informação sobre "se achado fosse na área Maia, não restaria a menor dúvida sobre sua origem", e encontrei esse site excelente: http://www.authenticmaya.com/mirador1.htm . Não restaria a menor dúvida!)





Complexo El Tigre, El Mirador, de origem Maia. Se fosse no Brasil os especialistas diriam que é uma montanha!


Três anos após o lançamentos do livro de Karl Brugger (que nunca foi lançado no Brasil), o povo brasileiro tomava conhecimento destas descobertas, devido a um temor de que ingleses ficassem com a glória. Até este momento as ruínas existiam, tinham sido avistadas, um jornalista respeitado havia estudado por quatro anos o assunto e publicado um livro que causara comoção internacional. O piloto suiço também havia avistado o local, "Schimidt com Tatunka, que após a longa jornada, próximo ao que parecia ser a entrada da cidade...Ao longe Schimidt conseguiu avistar três pirâmides.". Aparentemente, alemães nazistas estiveram e ainda estavam na floresta. Voltando ainda mais no tempo, o próprio Coronel Fawcett tinha certeza da existência das ruínas. Porém, agora, especialistas declaravam, enfaticamente, que as pirâmides eram apenas morros, sem ao menos irem ao local! Ou seja, antes da reportagem da Veja, as ruínas existiam, todos estavam preocupados em defender as pirâmides, em proibir a publicação de um livro, o governo brasileiro se esforçava para esconder as informações e após a revelação da descoberta tudo começou a ruir como em um castelo de cartas?

Tatunka Nara também começou a mudar:

"Tatunka explicou a Schmidt que não poderia voltar a Akahim ... Se Schmidt quisesse, poderia seguir Ramos até a cidade, mas em tal caso Tatunka não garantiria sua segurança ou que pudesse retornar a civilização. Schmidt resolveu que seguiria até Akahim, mas então Tatunka se recusou a dar-lhe permissão, alegando que se retornasse a Manaus sem o companheiro seria preso acusado de tê-lo morto. Diante das ameaças não restou ao suíço outra alternativa senão retornar em companhia de seu guia. Dias depois, seu bote naufragou no rio Negro, com perda total de equipamentos e dos filmes que realizara."


"Karl Brugger reapareceu no Rio de Janeiro, acompanhado por Tatunka Nara e convidou o conhecido cineasta Orlando Senna para acompanha-los até as cidades perdidas. Num artigo publicado na revista Transe de junho de 1982, o próprio Orlando Sena justificava a não realização da expedição pelo fato de que Tatunka não garantiria nenhuma segurança a equipe, que teria de cruzar uma região inóspita e habitada por índios em pé de guerra contra quaisquer estranhos que penetrassem em seu território. O projeto foi suspenso, e Orlando Senna informava não ter mais noticias de Brugger ou Tatunka Nara."


Este é o grande truque da conspiração. Como fazer que pirâmides e ruínas desapareçam? Óbvio que não há como tirá-las do local. Então os mestres da manipulação articularam uma grande campanha de contrainformação, que culminaram no assassinato de Karl Brugger, em 3 de janeiro de 1984. A testemunha do assassinato de Karl Brugger diz que este foi abordado na rua por um cidadão que disse alguma coisa em português no ouvido da vítima, Brugger concordou, acenou com a cabeça, o cidadão puxou um revólver e deu 3 tiros no coração do jornalista.

Após o incidente, o foco mudou e as discussões sobre a ruínas desapareceram. Em 8 de janeiro de 1984, o jornal Estado de São Paulo, publicou uma matéria que explicava o assassinato e relatava que Tatunka Nara era um ex-marinheiro alemão neurótico de guerra que se estabeleceu na amazônia e enganava todo mundo. Vários outros órgãos de imprensa denunciaram o guia de Karl Brugger, Tatunka, como responsável pelos assassinatos de turistas estrangeiros que morreram na floresta, culminando com a matéria do programa Fantástico, da Rede Globo, em 1990. Documentos que surgiram na Alemanha davam como certo que, Tatunka Nara, agora Guther Hauck, era um psicopata, falsário, vigarista, assassino e até explorador de índios. O interessante é que a polícia diz que Karl Brugger foi assassinado por um assaltante, e o Ministério Público que foi Tatunka Nara por causa dos lucros das vendas do livro As Crônicas de Akakor. Outro fato denunciado na matéria do Fantástico é muito controverso: a irmã de John Reed, um dos americanos desaparecidos, supostamente morto por Tatunka, diz que "chegou a vir ao Brasil para tentar falar com Tatunka, mas não conseguiu, e acusa o consular do Estados Unidos em Manaus, James Fish, de não ter colaborado e ter sonegado informações importantes sobre o desaparecimento". 


Tatunka.


Guther Hauck. Identidade secreta ou contrainformação?

Finalmente, em 1990, para terminar a contrainformação, já que necessitavam de um documento internacional, um aventureiro alemão chamado Ruediger Nehberg junto ao produtor de cinema Wolfgang Brog, supostamente enganaram o "inocente" Tatunka, fazendo com que sua história fosse desfeita. O nome do documentário realizado a partir do golpe dos malandrinhos alemães é "Das Geheimnis des Tatunca Nara" (The Mystery of Tatunca Nara). De longe, lembrou-me a história do filme ganhador do Oscar, Argo.

Um documento da Procuradoria Geral do Estado do Amazonas diz: “Pouco antes da sua (de Tatunka) extradição para o Peru, os oficiais seus amigos libertaram-no da prisão de Rio Branco e tornaram a levá-lo para Manaus”...e também que ele foi informante do DOI-CODI (Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna, onde eram torturados os que se opunham à ditadura militar), do SNI (Serviço Nacional de Informações) e do CMA (Comando Militar da Amazônia) a partir de 1972: “... neste último tendo contato íntimo com o então Major Thaumaturgo, hoje General, que na época ajudou a criar a estrutura da 7ª Seção do CMA. Tatunka passava informações à respeito da atuação de funcionários da FUNAI, de políticos e do então prefeito de estaBarcelos, de nome Manoel”. (no início da matéria está escrito: "Diante das revelações que Tatunka Nara lhe forneceu, Brugger tomou-se de entusiasmo tão grande que em 1972 partia em companhia de Tatunka rumo ao interior da floresta, com o propósito de encontrar uma cidade pré-colombiana ainda habitada por descendentes de seus construtores e repleta de antiquíssimas ruínas de templos e pirâmides."

Na reportagem do Fantástico de 1990, o então Direto-Geral da Polícia Federal, Romeu Tuma, garantiu que se Hauck realmente fosse um homicida, seria julgado pelo código penal brasileiro, e que se fosse comprovado o crime de falsidade ideológica, poderia, inclusive, cumprir a pena no Brasil antes de ser deportadoPois é, Tatunka Nara ou Gunther Hauck está livre até hoje e morando em Barcelos fazendo a mesma coisa que sempre fez. Outra parte interessante da reportagem é o silêncio dos cidadãos de Barcelos, ninguém quer falar com a imprensa, segundo o jornalista da Rede Globo, porque não querem ser envolvidos nos crimes de Tatunka, o que? Para mim não faz o mínimo sentido e trata-se de um erro de continuidade da matéria.




Fantástico, Rede Globo - 1990

Após assistir ao vídeo se pergunte, e os "morros", alguém foi investigar?

O arqueólogo Aurélio M. G. de Abreu, em seu vídeo para o programa Sexto Sentido, fala que alguns acompanhantes de Tatunka Nara nas expedições estavam sendo assassinados, inclusive um deles foi metralhado. O próprio Aurélio diz ter sido ameaçado por algumas vezes após publicar artigos sobre o assunto (na data de hoje procurei notícias sobre Aurélio na internet e não encontrei nada sobre seu paradeiro. Se alguém tiver notícias do arqueólogo comunique a esse escritor por email ou facebook).


Programa Sexto Sentido - Aurélio M.G. de Abreu



Cronologia dos fatos:
  • No Brasil, desde o seu "descobrimento", muitos aventureiros se perdem procurando tesouros na amazônia;
  • 1924. Coronel Fawcett desaparece na Floresta Amazônica em busca de uma cidade perdida;
  • 1939 a 1941. Supostamente 2000 nazistas se instalam na Amazônia para uma possível invasão ao Brasil.
  • 1945. Alguns voltam a Alemanha, outros preferem viver com os silvícolas.
  • 1971. Encontro de Tatuanka e o piloto Schmidt.
  • 1972. Expedição de Tantuka e Karl Brugger rumo ao interior da floresta. Tatunka torna-se informante do DOI-CODI, SNI e CMA.
  • 1976. Publicação do livro Die Chronik Von Akakor, por Karl Brugger.
  • 1977. Livro traduzido para o inglês. Revelações de Tatunka a Däniken sobre as cidades perdidas.
  • 1978. Expedição as pirâmides é retardada por arqueólogo brasileiro por medo de perder a primazia das revelações para um grupo inglês que tentava atingir as pirâmides pela Venezuela.
  • 1979. Revista Veja e outros órgãos de imprensa noticiam a descoberta das pirâmides. Especialistas negam a descoberta sem ir ao local, argumentando que seriam morros.
  • 1984. Assassinato de Karl Brugger. Jornal o Estado de São Paulo publica matéria onde relata que Tatunka Nara seria um enganador.
  • 1990. Reportagem do Fantástico.
  • 1991. Documentário "Das Geheimnis des Tatunca Nara".

Observações:

  • O Brasil é o país que possui o maior número de povos não contatados em todo o mundo.

Índios isolados encontrados no estado brasileiro do Acre em 2009.
  • Os Nazista tinham interesse no Brasil e estiveram na Amazônia. Karl Brugger conseguiu um vídeo na Alemanha que mostra a partida dos nazistas e a chegada ao Brasil.



André de Pierre

31 anos, escritor e pesquisador

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